domingo, 23 de março de 2014


Educação escolar de pessoas com surdez- atendimento educacional especializado em construção.

O AEE PS, na perspectiva inclusiva, estabelece como ponto de partida a compreensão e o reconhecimento do potencial e das capacidades desses seres humano, vislumbrando o seu pleno desenvolvimento e aprendizagem. E deve ser visto como construção e reconstrução de experiências e vivências conceituais. Dessa forma, o AEE PS precisa ser pensado em redes interligadas, sem hierarquização de conteúdo, sem dicotomizações, reducionismo, mas com uma ação conectada entre o pensar e o fazer pedagógico.
Segundo Damázio (2005), a pedagogia contextual relacional, encontra-se em formar o ser humano, com base em contextos significativos, em que se procura desenvolvê-la em todos os aspectos possíveis, tais como: na vontade, na inteligência, no conhecimento e em ideias sociais, nesse contexto, o aluno com surdez se sentirá situado e compreenderá com mais facilidade os conteúdos em estudo.
A prática pedagógica do AEE PS, é organizada por meio de contextos, está alicerçada nas representações sociais e nos legados culturais e científicos da humanidade.  Para assegurarmos a aprendizagem significativa em prol das pessoas com surdez na escola comum, precisamos romper com vários empecilhos, que, segundo Damázio (2005), impedem o desenvolvimento e provocam a repetência e a evasão, ocasionando o processo escolar.
Para romper com essa confusão nas práticas profissionais que atuam em prol da educação desses alunos, apresentamos de forma didático o trabalho do AEE PS, segundo Damázio (2005:69-123), envolvendo os três momentos didático-pedagógicos, que são:

·      Atendimento Educacional Especializado EM LIBRAS;
·      Atendimento Educacional Especializado para o ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA;
·      Atendimento Educacional Especializado para o ensino DE LIBRAS.

O atendimento do AEE em Libras ocorre diariamente, em horário contrário ao da sala de aula comum. Nesse atendimento, o professor acompanha o plano de conteúdo oficial da escola de acordo com a série ou ciclo que o aluno está cursando. Os professores utilizam imagens visuais e, quando o conceito é muito abstrato, recorrem a outros recursos, como o teatro, por exemplo.
Há também inúmeras propostas de educação lingüística da pessoa com surdez, com destaque para o ensino de Português, condicionado à aprendizagem de Libras – esta como primeira língua; aquela como segunda língua; ou a discussão polêmica entre língua e identidade e cultura surda; ou língua do surdo versus língua do ouvinte; o a língua portuguesa como íngua estrangeira na aquisição pelas pessoas com surdez; ou aprendizagem do Português como interlíngua pela pessoa com surdez ( como se fosse a pessoa com surdez  um estrangeiro ou estranho na língua de seu país).
Acredita-se no ensino de português como produtivo para as pessoas com surdez, numa perspectiva inclusiva, e concebendo língua e linguagem como processo de interação e uso nas práticas sociais.  Assim, conforme diz Martins (1982), ler é – além da atribuição de significados á imagem gráfica segundo o sentido que o escritor lhe atribui – a relação estabelece com a própria experiência, por meio do texto.
As aulas da AEE para o ensino do PE são preparadas segundo o desenvolvimento e aprendizagem do aluno com surdez. O professor do AEE dianostica e analisa o estágio de todo o desenvolvimento do aluno, relação à Língua Portuguesa – leitura e escrita – procurando compreender em qual estágio esse aluno se encontra, no domínio da língua.

REFERÊNCIA:
Coletânea UFC-MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo 05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez - Atendimento Educacional Especializado em Construção, p. 46-57.